por Mariana Corazza, co-fundadora da Pacobá.
Já parou para pensar quais foram as experiências que te fizeram chegar onde você está hoje? De que forma as reuniões em família, os primeiros amigos, uma professora engraçada ou um um filme da Sessão da Tarde influenciam nossas vidas?
Há um tempo, eu acreditava que a melhor forma de se viver uma transformação avassaladora, era viajando. Isso não é exatamente uma mentira, mas como por um bom tempo tive pouquíssimas viagens na minha conta, eu acreditava que bastava ir muito longe para que o botão “uma nova mulher” fosse ativado na minha mente.
Até o início da minha fase adulta, minhas viagens consistiam em: 1. visitas à família em uma pequena cidade em Santa Catarina; 2. curta temporada no litoral do Paraná ou 3. feriado na casa de amigos que moravam na cidade vizinha. Eu amava ir até esses lugares, mas achava que quando o quesito era “viagem transformadora” o destino precisava ser bem mais distante.
Com o tempo, fui contemplada com a possibilidade de conhecer lugares há mais de 300 km da minha casa e comecei a cobrar de mim mesma a tal mudança avassaladora. A cada lugar novo que eu conhecia eu me questionava: “será agora meu ponto de virada?”. Alerta de spoiler, não era.
Foram necessários dois anos trancada em casa para entender que, diferente do que eu acreditava, mudar estava muito mais relacionado com o que eu vivia dentro de mim, do que o que eu via no mundo de fora. E sim, assistir dez vezes “Rei Leão”, passar as férias em Matinhos ou visitar o Louvre podem ter igual importância quando se fala em transformação.
A magia está em conectar todas essas vivências e transformar elas em outra coisa. Foi assim que comecei a desenhar – como contei na newsletter anterior – foi assim também que minha mãe se tornou ceramista , inspirada pela vontade de se expressar como artista desde a infância, por ter conhecido essa técnica há 6 anos nas aulas da faculdade e por tantas outras coisas que contarei em breve (mas você pode se adiantar lendo esse texto aqui).
Cheguei à conclusão que a tal “transformação avassaladora” não acontece como em Cinderela. Cantar a música certa (Bibidi-Bobidi-Bo) não te transforma em uma princesa em segundos (lembrando que “ser uma Princesa” está bem distante do que imagino ser uma mudança ideal).
Além de muito mais complexo do que um toque de mágica, o processo de mudança é cercado de empenho, às vezes frustração, outras orgulho. O resultado daquilo que a gente vive vem aos pouquinhos e com o tempo a gente entende que essas experiências não culminam em um resultado, mas em uma constante transformação (ao menos é isso que estou me esforçando para entender).
Pois bem, com essa reflexão, sigo apresentando a vocês nossos novos produtos ilustrados, itens que conversam com as minhas experiências, que demoraram (32 anos) até estarem prontos e que me servirão como base para tantas outras criações que estão por vir.
vendendo meu peixe
pano de copa – chega de desenhos monótonos! apresentamos os panos de copa mais fotos do mundo em duas diferentes estampas. Cada paninho acompanha um cartão postal com o mesmo desenho. Clique aqui para ver os panos de copa.
novos pôsteres - sou suspeita em falar? Sim! Mas estou bem feliz com o resultado dessas criações. Os desenhos ficaram com uma cara bem brasileira e lembram aquele estilo botânico antigo, sabe? Disponíveis em diferentes cores de plano de fundo, assim você pode escolher a opção que melhor combina com a sua casa. Clique aqui para ver os pôsteres.